segunda-feira, 8 de março de 2010

O Dia internacional da Mulher e o mercado de trabalho

Hoje comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Para começar, uma curiosidade tirada do IBGE Teen: a data "é uma homenagem a 129 operárias que morreram queimadas numa ação da polícia para conter uma manifestação numa fábrica de tecidos. Essas mulheres estavam pedindo a diminuição da jornada de trabalho de 14 para 10 horas por dia e o direito à licença-maternidade. Isso aconteceu em 8 de março de 1857, em Nova Iorque, nos Estados Unidos."

De lá para cá, as mulheres conseguiram isso e muito mais.
A mãe de uma amiga minha me contou esses dias que ela não pôde fazer jornalismo, o curso que tanto queria, porque seu pai não permitia que ela estudasse em outra cidade. "Não era coisa de moça direita". Acabou virando professora (para muitas, era a opção que restava). Esse é só um exemplo, pois muitas famílias eram assim: "não pode estudar, não pode trabalhar fora e tem que casar com quem eu aprovar".

As mulheres ganharam mais voz ativa, autonomia e poder de escolha. Elas também estão cada vez mais atuantes no mercado de trabalho, apesar de, na maioria dos casos, ganharem menos que os homens que ocupam o mesmo cargo hierárquico. Mas acredito que esse cenário será mudado rapidamente, pois as empresas já estão muito mais abertas e já estão vendo os excelentes resultados gerados por mulheres, inclusive em cargos de liderança, que antes eram só deles.

Mas uma coisa ainda me incomoda muito. Sempre que leio uma matéria sobre mulheres no mercado de trabalho, tem alguma frase do tipo: "as mulheres têm que dividir seu tempo para poder dar conta do trabalho e de cuidar da casa, do marido e dos filhos". Hoje mesmo, em um artigo publicado no O Globo, li: "De acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho, as mulheres trabalham cinco horas semanais a mais do que os homens. Elas têm uma jornada total semanal de 57,1 horas, contando com 34,8 horas semanais de trabalho e mais 20,9 horas de atividades domésticas. Já os homens têm uma jornada total de 52,3 horas semanais, sendo 42,7 horas de jornada de trabalho e 9,2 horas semanais de atividades domésticas".

As coisas precisam começar a mudar a partir daí. Não tem que contar os trabalhos domésticos na jornada de trabalho da mulher (contam na do homem só para comparar). E outra, quem foi que disse que a mulher tem que cuida da casa, do marido e dos filhos? Tudo bem! Sei que isso foi dito e repetido muitas vezes, mas por nossas bisavós, avós e até mães, em alguns casos. Mas já está na hora de deixar esse discurso para trás né?! Primeiro que os homens não são bebezinhos que precisam ser cuidados - apesar de às vezes agirem de forma infantil (espero que meu namorado não leia isso hehe). E se a mulher trabalha, assim como o homem, a casa e os filhos não são obrigações só dela. Isso deve ocupar o tempo dela tanto quanto ocupa o dele. Divisão de tarefas, simples assim!

Está na hora de deixar o modelo de Amélia para trás e também de esquecer os inúmeros discursos machistas de nossas mães e avós, que desde a infância nos influenciam negativamente nesse sentido, quando dizem que a filha tem que ajudar nas tarefas de casa e o filho não e quando dão fogões e panelas de presentes e ensinam as meninas a brincar de cuidar do Ken e das bonecas. Igualdade é isso! Não dá para ter igualdade só nos direitos, o pensamento tem que acompanhar.

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